quarta-feira, 7 de abril de 2010

O luxo e a necessidade

Notícia do Jornal de Notícias:

Novo aeroporto “não é luxo, é necessidade”
Ontem
O novo aeroporto de Lisboa "não é um luxo, mas sim uma necessidade", disse hoje, terça-feira, em Madrid, o ministro das Obras Públicas.
António Mendonça falava aos jornalistas no terminal 4 do aeroporto de Barajas, onde visitou o centro de gestão aeroportuária daquele que é o quarto maior aeroporto europeu, em passageiros e movimentos.
"O novo aeroporto não é um capricho. Como a alta velocidade (ferroviária) também é um projecto estruturante para o país. Não é um luxo, é uma necessidade", disse, dando como exemplo a ampliação do aeroporto de Madrid, concluída em 2006.
(...)

Talvez se pudesse pedir ao sinistro que defina necessidade. E enquanto ele anda às voltas com Voltaire, aqui ficam duas fotos tiradas no ano passado no aeroporto da Portela.


(Lisboa, Novembro 2009)

8 comentários:

Paulo disse...

Pode haver momentos e épocas do ano em que certas áreas do aeroporto da Portela estão praticamente vazias, é um facto. Mas quando o movimento aperta, ele não tem condições para dar resposta em tempo aceitável. Quer na área de check-in, frequentemente a abarrotar, quer na área das chegadas, onde se espera seguramente mais tempo por uma mala que em qualquer outra parte do Mundo. Serão defeitos de concepção, talvez, que levam a esta disfuncionalidade.

Gi disse...

Não consigo concordar, Paulo. Comparado com outros aeroportos acho o nosso muitíssimo calmo, e nunca vi os aviões em fila para levantar. Quanto às malas, já esperei muito mais tempo, por exemplo em Glasgow.

Paulo disse...

Se o dizes, eu acredito. Eu nunca esperei tanto tempo por malas em lado nenhum como na Portela. Aliás, essa é uma queixa recorrente de quem aterra em Lisboa. Em hora-de-ponta é normalíssimo esperar-se cerca de uma hora. Penso que, não sendo prioritário, há que pensar numa alternativa para um futuro próximo.

Gi disse...

Sem dúvida que esses tempos de espera não são aceitáveis (dessa vez em Glasgow foi também uma hora que esperei, estava a passar-me). Não será contudo por falta de pessoal? Eu suspeito que é no que dão as reduções de custos: a partir dum certo limite não se consegue prestar um bom serviço.

Outro aspecto: num aeroporto como o de Bruxelas, por exemplo, em que se anda imenso até chegar aos carroceis das malas, acaba porse ter de esperar menos uma vez lá chegados.

Não quero com isto dizer que a Portela funcione lindamente, mas que se calhar o problema não é de instalações mas sim de pessoal e de organização.
Que te parece?

Paulo disse...

Penso que se juntam vários aspectos:
instalações mal concebidas, organização deficiente, falta de pessoal, etc. Convém não esquecer que o aeroporto já foi objecto de obras de remodelação demoradas e de acrescentos avulsos. Muitas vezes se atamancou, à boa maneira portuguesa, em vez de se fazer tudo de raiz. Ora isto paga-se muito caro, como todos sabemos.

Joao Quaresma disse...

Gi: «se calhar o problema não é de instalações mas sim de pessoal e de organização.»

É precisamente isso. Durante o Euro 2004, comportou-se lindamente sem nem sequer chegar perto de esgotar a capacidade, tal como dizia um relatório da ANA que convenientemente está esquecido. A Portela pode funcionar por muitos e bons anos, e há até espaço para expansão dos taxiway para receber os Airbus A380.

Ainda que fosse necessário desviar as low-cost, existe a pista das OGMA em Alverca, a poucos minutos do centro de Lisboa.

Alberto Velez Grilo disse...

Penso que a capacidade da portela não está esgotada. Está até muito longe disso. Raramente o mapa de ocupação de "slots" da única pista do aeroporto está a laranja e muito menos a vermelho. Quer isto dizer que mesmo em alturas de pico, não há grandes problemas para aterragens e descolagens.

A nível da aerogare, acabaram de construir uma nova área com mangas para embarque.

O estacionamento de aeronaves não parece ser também problema, o número de "stands" tem aumentado significativamente.

Haverá certamente outros interesses por detrás da construção de um novo aeroporto em Lisboa.

Só espero que as taxas a aplicar nessa nova infra-estrutura não afugentem as companhias "lowcost".

Gi disse...

As companhias low-cost, pelo que me tenho apercebido, são muito do tráfego que passa na Portela para além da TAP, por isso talvez o Alberto tenha mais razão do que o JQ: é mantê-las lá SFF.