Com a música barroca em alta, os contra-tenores estão na moda, e qualquer falsetista esganiçado tem acesso aos palcos.
Não é bem o caso de Cenk Karaferya: apesar de as gravações disponíveis no Youtube não o demonstrarem, a sua voz tem um timbre bonito quando se consegue ouvi-lo, o que, não tendo acontecido no primeiro número do concerto de hoje no Centro Cultural de Belém, melhorou muito nos dois seguintes e no encore com que brindou o público entusiasta.
Entusiasmo é o que se pede nestes Dias da Música, herança pindérica da Festa da Música de René Martin. Massimo Mazzeo e os seus colaboradores do Divino Sospiro não têm falta dele, mas a mim tanta expressividade perturba-me um bocadinho.
O alaudista Pietro Prosser esteve bem, embora mais uma vez me pareça que certas peças perdem em ser tocadas (e cantadas) em ambientes tão grandes. É o compromisso inevitável entre a qualidade sonora e as necessidades comerciais, e desta vez o grande auditório estava longe de estar cheio.
Quanto a Karaferya, parece ser um cantor com ambição e capacidade que precisa de mais tempo e trabalho antes de atacar os pesos-pesados aos quais se atira já com valentia.
Não é bem o caso de Cenk Karaferya: apesar de as gravações disponíveis no Youtube não o demonstrarem, a sua voz tem um timbre bonito quando se consegue ouvi-lo, o que, não tendo acontecido no primeiro número do concerto de hoje no Centro Cultural de Belém, melhorou muito nos dois seguintes e no encore com que brindou o público entusiasta.
Entusiasmo é o que se pede nestes Dias da Música, herança pindérica da Festa da Música de René Martin. Massimo Mazzeo e os seus colaboradores do Divino Sospiro não têm falta dele, mas a mim tanta expressividade perturba-me um bocadinho.
O alaudista Pietro Prosser esteve bem, embora mais uma vez me pareça que certas peças perdem em ser tocadas (e cantadas) em ambientes tão grandes. É o compromisso inevitável entre a qualidade sonora e as necessidades comerciais, e desta vez o grande auditório estava longe de estar cheio.
Quanto a Karaferya, parece ser um cantor com ambição e capacidade que precisa de mais tempo e trabalho antes de atacar os pesos-pesados aos quais se atira já com valentia.
4 comentários:
Este ano não fui... achei o programa fraquito e continuo a achar os Dias da Música uma cópia péssima da Festa da Música.
Concordo, Moura, e estive mesmo para não ir, aliás fui hoje a este único concerto.
A ouvir os excertos de Vivaldi e Handel por Cenk Karaferya. Não o conhecia e confesso que não fiquei entusiasmado. Talvez melhore com o tempo, mas concordo contigo que a moda já chateia. Há contra-tenores que não consigo ouvir.
Paulo, o moço é melhor ao vivo, mas pelo menos nesta fase eu não iria a lado nenhum especialmente para o ouvir.
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