segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Tony Curtis e Joan Sutherland

Depois da morte do actor Tony Curtis há poucos dias, acabei de saber que Joan Sutherland morreu ontem.

Nem um nem outro faziam parte dos meus preferidos, mas ainda assim lembro um e outro com respeito.
Tony Curtis recordo vagamente da série televisiva de aventuras The Persuaders, que protagonizava com Roger Moore. A minha irmã gostava do personagem de Curtis, eu preferia o de Moore.

Quanto a Dame Joan, nunca me encantou. Admito que a falha seja minha mas, desde que comprei a Traviata que gravou com Pavarotti sob a regência de Bonynge, e descobri que não percebia uma palavra do que ela cantava, nunca consegui gostar de a ouvir.

5 comentários:

Teresa disse...

«For good diction you go to the theatre», palavras impacientes de Dame Joan, a do feitio angelical, para as críticas à sua pobre dicção. E concordo. Ela faz-me chorar como nenhuma outra. A voz. Aquela voz. Estou a ouvi-la agora, na Lucia, a seguir passo para a Norma para amanhã e dias seguintes fica tudo o mais.


Tony Curtis? Eternamente a Josephine de Some Like It Hot, um dos filmes da minha vida (se bem que eu prefira a assombrosa Daphne de Jack Lemmon). Mas devia ter sido nomeado para o Oscar, era justo.

Gi disse...

Ah, Teresa, mas ópera é teatro, alguém lhe devia ter dito isso.

A Lucia e a Norma na mesma noite? Cuidado, senão amanhã está desfeita...

Mário R. Gonçalves disse...

Gi, bem a compreendo, mas percebe alguma coisa do que canta uma soprano em alemão? em checo? em russo? em chinês?

E quando ouve uma francesa tipo Sandrine Piau a assassinar a lingua inglesa, condena-a por isso mesmo que cante bem?

Ópera é muita coisa, teatro também, mas aqui falamos de canto lírico, que podem também ser oratórias, lieder, árias apenas. A Joan Sutherland foi um dos expoentes máximos, e pode crer que ouvi-la despertava intensas paixões.

Gi disse...

Eu sei, Mário, e por exemplo no clip que pôs no seu blog até gosto de a ouvir. Mas duma maneira geral não gosto, e não é só a dicção, é o próprio timbre, a cor da voz.

Claro que muito do que as sopranos cantam não se percebe, até a Callas, mas há alturas em que acho que devia ser possível perceber e com a Sutherland não percebo, e isso irrita-me um bocado.

Mas, como disse acima, a falha é minha, e ainda bem que há muita e boa gente que gosta dela.

Paulo disse...

Talvez devesses experimentar a Sutherland mais dramática, Gi: "Tannhäuser" ou "Turandot". Se não fosse o timbre inconfundível, pareceria uma outra cantora.