A divulgação do relatório da OCDE sobre os resultados da avaliação de estudantes prestes a terminar o ensino obrigatório em cerca de 70 países que representam 90% da economia global tem gerado na imprensa portuguesa as reacções esperadas: há quem mostre satisfação por os nossos estudantes terem feito progressos, e há quem discuta as razões de tais progressos.
O sr. José Sousa, naturalmente, embandeira em arco, reclamando para o seu desgoverno as melhorias, como se distribuir computadores pelas crianças da primária, preencher os furos nos horários ou as faltas de professores pelas chamadas aulas de substituição ou andar para diante e para trás em relação ao sistema de faltas e reprovações e às avaliações dos professores contribuíssem para os resultados dos alunos de 15 anos no mesmo ano em que foram tomadas essas medidas.
O que seria bom seria as pessoas, e nomeadamente os jornalistas, lerem os relatórios em vez de ficarem pelas superficialidades. Veriam assim que o PISA (Program for International Student Assessment) procura determinar não o grau de conhecimento mas a capacidade de obter e utilizar imediatamente o conhecimento, e se foca em três aspectos: leitura, matemática e ciência. Em 2009 dirigiu-se principalmente à capacidade de leitura dos alunos, nas componentes de acesso, captação, reflexão e avaliação.
O PISA divide então os alunos em 7 níveis de competência, sendo o 6º o mais elevado, e o que é triste é que entre 2000 (ano do primeiro teste PISA, também vocacionado par a leitura) e 2009 Portugal subiu a performance dos estudantes dos níveis mais baixos, dos quais tinha em 2000 uma das maiores percentagens da OCDE (PISA 2009 Results, Vol V, pg 70) mas manteve a dos níveis mais altos (pg 16). O mesmo se passa em relação à ciência (pg 71). Só em relação à matemática, na qual em 2003 quase 1/3 dos alunos se encontrava abaixo do nível 2 (pg 64), é que Portugal mostra melhorias nos níveis mais altos (pg 71).
Podemos ficar contentes por termos melhorado alguns índices, mas não podemos deixar de notar quão atrasados ainda estamos em relação aos países mais bem preparados da Europa, nem como as regiões de Shanghai e Hong-Kong na China, Singapura e a Coreia do Sul registam consistentemente as melhores pontuações (PISA 2009 Results, Vol I, pg 197). Enquanto nos contentarmos com a mediocridade não vamos a lado nenhum. Muito menos sair da crise em que nos atolámos.
O sr. José Sousa, naturalmente, embandeira em arco, reclamando para o seu desgoverno as melhorias, como se distribuir computadores pelas crianças da primária, preencher os furos nos horários ou as faltas de professores pelas chamadas aulas de substituição ou andar para diante e para trás em relação ao sistema de faltas e reprovações e às avaliações dos professores contribuíssem para os resultados dos alunos de 15 anos no mesmo ano em que foram tomadas essas medidas.
O que seria bom seria as pessoas, e nomeadamente os jornalistas, lerem os relatórios em vez de ficarem pelas superficialidades. Veriam assim que o PISA (Program for International Student Assessment) procura determinar não o grau de conhecimento mas a capacidade de obter e utilizar imediatamente o conhecimento, e se foca em três aspectos: leitura, matemática e ciência. Em 2009 dirigiu-se principalmente à capacidade de leitura dos alunos, nas componentes de acesso, captação, reflexão e avaliação.
O PISA divide então os alunos em 7 níveis de competência, sendo o 6º o mais elevado, e o que é triste é que entre 2000 (ano do primeiro teste PISA, também vocacionado par a leitura) e 2009 Portugal subiu a performance dos estudantes dos níveis mais baixos, dos quais tinha em 2000 uma das maiores percentagens da OCDE (PISA 2009 Results, Vol V, pg 70) mas manteve a dos níveis mais altos (pg 16). O mesmo se passa em relação à ciência (pg 71). Só em relação à matemática, na qual em 2003 quase 1/3 dos alunos se encontrava abaixo do nível 2 (pg 64), é que Portugal mostra melhorias nos níveis mais altos (pg 71).
Podemos ficar contentes por termos melhorado alguns índices, mas não podemos deixar de notar quão atrasados ainda estamos em relação aos países mais bem preparados da Europa, nem como as regiões de Shanghai e Hong-Kong na China, Singapura e a Coreia do Sul registam consistentemente as melhores pontuações (PISA 2009 Results, Vol I, pg 197). Enquanto nos contentarmos com a mediocridade não vamos a lado nenhum. Muito menos sair da crise em que nos atolámos.
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