Os antigos, mais talvez do que nós, a quem, segundo Warhol, bastam quinze minutos de fama, procuravam activamente, quando não a imortalidade, pelo menos a glória imortal. No entanto sabiam bem, lá no fundo, quanto esta era precária:
Ex his ipsis cultis notisque terris num aut tuum aut cuiusquam nostrum nomen vel Caucasum hunc, quem cernis, transcendere potuit vel illum Gangem tranatare? Quis in reliquis orientis aut obeuntis solis ultimis aut aquilonis austrive partibus tuum nomen audiet? Quibus amputatis cernis profecto, quantis in angustiis vestra se gloria dilatari velit. Ipsi autem, qui de nobis loquuntur, quam loquentur diu?
Nas terras cultivadas por nós conhecidas, pode o teu nome, ou o de qualquer de nós, atravessar o Cáucaso que avistas, ou nadar para além do Ganges? Quem no longínquo Oriente ou no lugar onde o sol se põe ou nas partes donde sopra o vento norte ou sul ouve o teu nome? Se retirares estas, vês quão estreito é o território em que a tua glória se espalha. E mesmo esses que falam de nós, até quando falarão?
M.T. Cicero, De Republica, VI, 22
Sejamos modestos, pois. Ou não. É que a Rachelet encontrou a maneira de qualquer de nós atingir a imortalidade: é só mandar transformar as próprias cinzas, naturalmente após a morte, num diamante.
Já que os diamantes são eternos...
Ex his ipsis cultis notisque terris num aut tuum aut cuiusquam nostrum nomen vel Caucasum hunc, quem cernis, transcendere potuit vel illum Gangem tranatare? Quis in reliquis orientis aut obeuntis solis ultimis aut aquilonis austrive partibus tuum nomen audiet? Quibus amputatis cernis profecto, quantis in angustiis vestra se gloria dilatari velit. Ipsi autem, qui de nobis loquuntur, quam loquentur diu?
Nas terras cultivadas por nós conhecidas, pode o teu nome, ou o de qualquer de nós, atravessar o Cáucaso que avistas, ou nadar para além do Ganges? Quem no longínquo Oriente ou no lugar onde o sol se põe ou nas partes donde sopra o vento norte ou sul ouve o teu nome? Se retirares estas, vês quão estreito é o território em que a tua glória se espalha. E mesmo esses que falam de nós, até quando falarão?
M.T. Cicero, De Republica, VI, 22
Sejamos modestos, pois. Ou não. É que a Rachelet encontrou a maneira de qualquer de nós atingir a imortalidade: é só mandar transformar as próprias cinzas, naturalmente após a morte, num diamante.
Já que os diamantes são eternos...
15 comentários:
Vá lá, não puseste o Neil Diamond! :D
Esse não é imortal, presumo! ;-)
Busco antes a felicidade... nunca a imortalidade.
Parece-me bem. Não me apetece ser snifado por engano.
Paulo: E é na verdade bem menos provável ser deitado pela pia abaixo "por engano" embora se corra um risco maior de ir parar ao "prego" ...
Paulo, ou andar a correr mundo numa lata de leite em pó...
Ir parar ao prego revela muito da utilidade da coisa. Com sorte ainda serei comprado para montar num anel de noivado para uma actriz de Hollywood e um dia serei leiloado pela Christie's.
Mfc, é mais prático e prudente :-)
Paulo, ser snifado por engano seria altamente ofensivo. Já ser leiloado pela Christie's não me parece mal. A actriz de Hollywood, depende.
Fernando, já não há pias nas casas modernas, talvez para evitar esses enganos...
Ludmila, leite em pó chinês, claro?
Ocorre-me que se alguém se lembrar de dar o meu nome a uma rua (eu gostava), o GPS depois é capaz de ajudar qualquer coisa. Pensando, por exemplo, nos turistas japoneses.
Mas, João Afonso, depois chega um fulano qualquer e muda o nome à rua...
Gosto de algumas canções da S.B. esta não é das melhores.
Bj
Luiz, eu conheço poucas, e principalmente as dos filmes do James Bond: esta, Goldfinger que detesto, e Moonraker de que nunca me lembro.
Dos filmes do James Bond For Your Eyes Only é a minha preferida. Ok, off topic mas o que querem gosto do poema "For your eyes only can see me through the dark", lindo não?
PS: Pois Pia é uma designação que utilizo erradamente para outra coisa. Sorry costela francesa em plena acção. Eu também "meto" a mesa e outras coisas semelhantes ...
Fernando, é então incurably romantic? ;-)
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