Suetonius conta que do comediógrafo Terentius se dizia, já em vida, que não era ele o autor das suas comédias mas alguém mais culto e bem nascido. O próprio Terentius o referiu no prólogo da comédia Adelphi, agradecendo ironicamente o elogio que assim lhe era feito.
Da vida de Shakespeare conhece-se muito pouco, e é talvez natural que também se tenha posto em causa a autoria das suas obras, por se duvidar que tanto talento e sofisticação pudessem nascer num plebeu provinciano. O filme Anonymous, realizado por Roland Emmerich com guião de John Orloff, baseia-se na hipótese de o verdadeiro autor ter sido Edward de Vere, conde de Oxford.
Especulativo até ao disparate, é no entanto um filme muito bem feito, no qual a tecnologia digital é intensiva mas discretíssima, que recria plausivelmente a atmosfera da época e alguns dos personagens (excelente a rainha Elizabeth de Vanessa Redgrave) e é um bom entretenimento que ainda por cima remete não poucas vezes para outro excelente filme de época, Shakespeare in Love.
Por mim, acredito sem dificuldade que o terceiro filho de um rico comerciante de Stratford e da herdeira de um senhor de terras local tenha tido uma educação cuidadosa e um raro talento. O que me maravilha é que o povo daquela época não só percebesse o requinte da linguagem e das imagens de Shakespeare como aderisse e o admirasse claramente.
Da vida de Shakespeare conhece-se muito pouco, e é talvez natural que também se tenha posto em causa a autoria das suas obras, por se duvidar que tanto talento e sofisticação pudessem nascer num plebeu provinciano. O filme Anonymous, realizado por Roland Emmerich com guião de John Orloff, baseia-se na hipótese de o verdadeiro autor ter sido Edward de Vere, conde de Oxford.
Especulativo até ao disparate, é no entanto um filme muito bem feito, no qual a tecnologia digital é intensiva mas discretíssima, que recria plausivelmente a atmosfera da época e alguns dos personagens (excelente a rainha Elizabeth de Vanessa Redgrave) e é um bom entretenimento que ainda por cima remete não poucas vezes para outro excelente filme de época, Shakespeare in Love.
Por mim, acredito sem dificuldade que o terceiro filho de um rico comerciante de Stratford e da herdeira de um senhor de terras local tenha tido uma educação cuidadosa e um raro talento. O que me maravilha é que o povo daquela época não só percebesse o requinte da linguagem e das imagens de Shakespeare como aderisse e o admirasse claramente.
4 comentários:
Partilho inteiramente o último parágrafo, Gi. E vi o Shakespeare in Love umas 5 vezes.
Acho que não vou ver o Anonymous por me tresandar a filme-bilheteira sem jeito. Um Da Vinci Code para pior.
Mário, é bastante melhor que o Da Vinci Code: àparte uma ou duas coisas completamente exageradas o resto é, como escrevi, bastante plausível.
Se for ver, repare no actor parecido com o Geoffrey Rush no meio do público do teatro :-)
Não vi o filme, mas talvez valha a pena como puro entretenimento e por Vanessa Redgrave. Derek Jacobi também lá está.
Paulo, o Derek Jacobi só aparece como ele próprio a apresentar o filme, no prólogo e no final.
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