Os humanos são tribalistas. É normal: são-no igualmente numerosas espécies animais. O grupo é, inicialmente, uma protecção, depois, uma força, uma facilitação, e finalmente uma identificação. Aquele é da tribo sabina, o outro é osco. Cada tribo tem características próprias, as mais básicas dependentes de forma directa do seu território e, em consequência, do seu modo de vida, outras evoluindo a partir daquelas conforme a evolução e especialização do grupo, e outras ainda inventadas pelo grupo, ou por indivíduos dentro do grupo e por este aceites, para o diferenciar dos outros, como os tartans dos clãs escoceses.
Nada mudou na nossa época. Uma boa parte da nossa identidade ainda nos é dada pelo grupo a que pertencemos ou que nos exclui. E da mesma forma usamos adornos para exprimirmos a nossa filiação tribal, para nos reconhecermos e diferenciarmos. Penso que os nossos adolescentes assumem isso melhor do que os mais velhos que ainda foram embalados em sonhos igualitários. Por isso eles exigem marcas aos pais.
Na realidade as marcas de roupas que vestimos, a cor e o corte de cabelo, os acessórios, a maneira como falamos, o bairro onde moramos, o carro e o cão, significam muito mais do que simples factos, e todos nós rapidamente nos medimos e avaliamos através desse tipo de dados aparentemente fúteis mas imediatos.
Através deles inferimos as coisas que temos em comum e as diferenças irreconciliáveis, e por conseguinte as atitudes que podemos ou não devemos tomar. E assim conseguimos viver mais ou menos em harmonia, os de Cascais e os de Almada, os do rock e os da ópera, os do Sporting e os do Benfica, os que odeiam o sr. Sousa e os que têm por ele... o máximo desprezo ;-)
Nada mudou na nossa época. Uma boa parte da nossa identidade ainda nos é dada pelo grupo a que pertencemos ou que nos exclui. E da mesma forma usamos adornos para exprimirmos a nossa filiação tribal, para nos reconhecermos e diferenciarmos. Penso que os nossos adolescentes assumem isso melhor do que os mais velhos que ainda foram embalados em sonhos igualitários. Por isso eles exigem marcas aos pais.
Na realidade as marcas de roupas que vestimos, a cor e o corte de cabelo, os acessórios, a maneira como falamos, o bairro onde moramos, o carro e o cão, significam muito mais do que simples factos, e todos nós rapidamente nos medimos e avaliamos através desse tipo de dados aparentemente fúteis mas imediatos.
Através deles inferimos as coisas que temos em comum e as diferenças irreconciliáveis, e por conseguinte as atitudes que podemos ou não devemos tomar. E assim conseguimos viver mais ou menos em harmonia, os de Cascais e os de Almada, os do rock e os da ópera, os do Sporting e os do Benfica, os que odeiam o sr. Sousa e os que têm por ele... o máximo desprezo ;-)
3 comentários:
Muito interessante. Muito Desmond Morris. A formação de grupos, os rituais de aceitação (e mesmo de iniciação), as guerras, guerrinhas e guerrilhas, tudo isso é evidente, está presente e remete da mesma forma para o que acontece "nisto dos blogs".
Excelente tese sociológica, que esclarece muito bem as questões levantadas pelo seu texto de há uns dias (de pombal para pombal) sobre os "agostinhos".
Também apreciei a conclusão.
Obrigada a ambos. JPG, sem dúvida haverá ecos de Desmond Morris, e concordo que também há tribos na blogosfera.
Paulo, eu tinha esperança que alguém lesse o post até ao fim ;-)
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