quinta-feira, 31 de julho de 2008

Tragédia de um urso

Notícia do Daily Mail (via PhDiva):

The tragedy of the real-life Winnie-the-Pooh... The bear who couldn't resist a treat and got his head stuck in a jar
By Julian Gavaghan
Last updated at 10:39 AM on 31st July 2008

Apart from his black fur, this bear could be mistaken for Winnie-the-Pooh with his head stuck in a jar full of honey.
(...) Like his fictional cousin, the black bear was caught out by his fondness for sugary treats after burying his head into the two-gallon plastic jar - the kind used for sweets or popcorn.
(...) The bewildered beast was first spotted by festival-goers celebrating Turkey Day in the backwoods town of Lake George, Minnesota, on July 21.
Park rangers spent six days trying to capture the bear to remove the container and move it safely back into its natural habitat in the thick of the forest.
(...) The tragic animal, which was just about able to breathe through the jug, couldn’t eat or drink and would eventually have died from dehydration and hunger.
Having failed to capture the beast and remove the jar, police were eventually forced to shoot it dead.

E não se lembraram de usar uma arma com tranquilizante para o pôr a dormir e salvá-lo?
Selvagens.

A las ocho de la tarde

Notícia do Público, com eco em tudo quanto é rádio, jornal, e mesmo blog:

Comunicação marcada para as 20h poderá referir-se à situação geral do país
Cavaco Silva interrompe as férias para falar hoje à noite ao país pela televisão

31.07.2008 - 07h51 São José Almeida
A decisão é inédita no mandato de Cavaco Silva: o Presidente da República vai hoje falar ao país, pelas 20h, através de uma comunicação oficial feita a partir de Belém a ser transmitida pelas televisões.
O motivo da comunicação não foi ontem assumido, mas um assessor do Presidente garantiu ao PÚBLICO que só uma razão verdadeiramente importante levaria o Presidente a interromper as suas férias e, sobretudo, a usar a televisão para falar ao país.


Com o devido respeito, se eu não tivesse outros compromissos, sabem onde estaria a las ocho en punto de la tarde? Na praia, meus queridos, na praia.

LA COGIDA Y LA MUERTE

A las cinco de la tarde.
Eran las cinco en punto de la tarde.
Un niño trajo la blanca sábana
a las cinco de la tarde.
Una espuerta de cal ya prevenida
a las cinco de la tarde.
Lo demás era muerte y sólo muerte
a las cinco de la tarde.

El viento se llevó los algodones
a las cinco de la tarde.
Y el óxido sembró cristal y níquel
a las cinco de la tarde.
Ya luchan la paloma y el leopardo
a las cinco de la tarde.
Y un muslo con un asta desolada
a las cinco de la tarde.
Comenzaron los sones de bordón
a las cinco de la tarde.
Las campanas de arsénico y el humo
a las cinco de la tarde.
En las esquinas grupos de silencio
a las cinco de la tarde.
¡Y el toro solo corazón arriba!
a las cinco de la tarde.
Cuando el sudor de nieve fue llegando
a las cinco de la tarde
cuando la plaza se cubrió de yodo
a las cinco de la tarde,
la muerte puso huevos en la herida
a las cinco de la tarde.
A las cinco de la tarde.
A las cinco en punto de la tarde.

Un ataúd con ruedas es la cama
a las cinco de la tarde.
Huesos y flautas suenan en su oído
a las cinco de la tarde.
El toro ya mugía por su frente
a las cinco de la tarde.
El cuarto se irisaba de agonía
a las cinco de la tarde.
A lo lejos ya viene la gangrena
a las cinco de la tarde.
Trompa de lirio por las verdes ingles
a las cinco de la tarde.
Las heridas quemaban como soles
a las cinco de la tarde,
y el gentío rompía las ventanas
a las cinco de la tarde.
A las cinco de la tarde.
¡Ay, qué terribles cinco de la tarde!
¡Eran las cinco en todos los relojes!
¡Eran las cinco en sombra de la tarde!

Federico García Lorca (1898 – 1936)

terça-feira, 29 de julho de 2008

Abraços grátis

Ontem cruzei-me com um homem ainda novo, que caminhava com andar cansado e rosto triste. Apeteceu-me parar o carro, perguntar-lhe como estava, tocar-lhe no braço e oferecer-lhe um sorriso.

Não o fiz, mas lembrei-me da fantástica campanha
Free Hugs lançada pelo australiano Juan Mann, e da frase Random Acts of Kindness (originalmente Practice random kindness and senseless acts of beauty por Anne Herbert)...

Curiosamente, ao visitar o blog
Moura Aveirense, encontrei-o(a) em sintonia, com este vídeo.

Um abraço!

Confusa

Notícia do Observatório do Algarve:

Pássaros sucumbem na Lagoa dos Salgados
29-07-2008 11:20:00
Mais de cem patos e outras aves foram descobertos mortos nos últimos quinze dias, entre Faro e Olhão.


A lagoa dos Salgados não é entre Albufeira e Armação de Pêra?

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Uma pergunta

Alguém saberá explicar-me o que fazem dezenas de sacos de lixo verdes presos aos postes que marcam as bermas ao longo de meia dúzia de quilómetros no IP2 entre a Vidigueira e mais a norte o desvio para Santana?

quinta-feira, 24 de julho de 2008

O Jardim de Filodemo

Talvez seja altura de explicar o título deste blog.

No mundo mediterrânico antigo, a vida fazia-se predominantemente ao ar livre. Os filósofos ensinavam em parques ou pórticos, e diz a tradição que Epicuro ensinava no jardim da sua própria casa, tendo ficado conhecido como o filósofo do Jardim (como Platão era da Academia, ou Aristóteles do Liceu).

No fim da república Romana, possivelmente a época mais interessante da antiguidade clássica, a filosofia de Epicuro florescia. Os Romanos cultos libertavam-se do medo dos deuses, do medo da morte e do medo do sofrimento, aprendendo que o sentido da vida era a procura do prazer*. Enquanto os seus detractores, entre os quais Cícero, os denegriam reduzindo-os a um bando de amigos de boa farra, havia homens muito influentes que eram epicuristas e levavam a teoria a sério: entre eles Lúcio Calpúrnio Pisão Cesonino, consul em 58, censor em 50, sogro de Júlio César, que se tornou patrono e anfitrião de Filodemo de Gadara, filósofo e divulgador de Epicuro.

Na magnífica casa de Pisão em Herculano, conhecida hoje como Villa dos Papiros (ver filme aqui), Filodemo viveu, escreveu e fez escola, influenciando entre outros os poetas Horácio e Virgílio.

É a esta escola que chamo Jardim de Filodemo; com esse nome criei um grupo num site onde durante alguns anos discuti intensamente história antiga. O grupo teve altos e baixos, mais baixos que altos, e quando a certa altura comecei a desligar-me do site em geral (por o seu rumo se ir afastando da história antiga) e criei este blog, resolvi dar-lhe o mesmo nome.


(Vesúvio e baía de Nápoles, Junho 2003)
*Princípio aparentemente adoptado na Declaração de Independência americana, que reclama entre os direitos inalienáveis dos homens a Vida, a Liberdade e a procura da Felicidade.

O que sobe cai?

Notícia do Público:

Preço caiu até 123,62 dólares
Petróleo ao nível mais baixo das últimas sete semanas
24.07.2008 - 11h47
Por Reuters

Os consumidores norte-americanos parece que abdicaram da sua tradicional viagem de automóvel de Verão, decisão que está a beneficiar a baixa do petróleo
O preço do petróleo “light” cotado na bolsa electrónica de Nova Iorque recuou até aos 123,62 dólares (78,48 euros) o barril, o valor mais baixo das últimas sete semanas (...)
Em Londres, o preço do petróleo de “Brent” valia 125,37 dólares (79,59 euros) às 09h01, quase menos 23 dólares (14,6 euros) do recorde histórico de 147 dólares registado a 11 de Julho passado.


Estou entusiasmadíssima com a expectativa de ver a descida no preço da gasolina quando hoje ou amanhã for encher o depósito :-P

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Nova temporada no S. Carlos - o horror

Encontrei o site de Ausrine Stundyte que virá cantar a Mimì da Bohème. A avaliar pela Tosca e pela Norma, eu diria que é melhor esquecer.

Nova temporada no S. Carlos

O Teatro Nacional de S. Carlos apresentou hoje a nova temporada 2008/2009.
Agora tenho de pesquisar no Google os nomes dos cantores principais que, na sua quase totalidade, desconheço.

Nota: Chelsey Schill continua como cantora residente embora não lhe tenham sido dados os papéis principais. Parafraseando o presidente da FIFA, na ópera há muita escravatura moderna :-P

terça-feira, 22 de julho de 2008

Ring the bells

As campainhas azuis (Ipomoeae indicae segundo este site que o Paulo gentilmente me indicou) florescem por toda a parte: estas são algarvias mas fiquei deslumbrada com as que preenchem o vale de Alcântara em Lisboa.

(Guia, Julho 2008)

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Lisboa é uma aldeia

Onde é que se come em Lisboa num sábado depois da meia-noite, à saída dum concerto memorável? Pensando que a Portugália em Belém estaria cheia, pusemo-nos à procura noutras bandas, e fomos coleccionando negas até aterrarmos numa coisa chamada Bons Amigos, por trás da Avenida de Roma.

Comeu-se mal, mas mal mesmo. Fiquei com pena do grupo de estrangeiros que entrou pouco depois de nós, e para quem o seu contacto português pediu sete doses de cherne. Deve ter-lhes saído pr'aí maruca congelada.

Coitados. Eram Lou Reed e o seu séquito. Espero que tenham comido melhor na noite seguinte no Algarve.

Leonard Cohen

Não vi ninguém com menos de 25 anos, mas quem estava curtiu. Leonard Cohen falou connosco através das suas canções, desfiando algumas especialmente para nós, percebendo que nós o percebíamos, aceitando o nosso afecto e retribuindo-o. Thank you, Friends, foi a fórmula que repetiu inúmeras vezes, de chapéu na mão, como se fosse toda nossa a generosidade de o ouvir, e não também dele a de nos encantar. A voz está mais bonita do que aos trinta anos, a figura mais frágil.

Conhecíamos os poemas e as melodias. Cantámos com ele desde Dance me to the end of Love até Closing Time e para além desta. Não arredámos pé no intervalo, ou apenas mudámos de sítio para procurar novas fotos. Aplaudimos, dançámos, gritámos, assobiámos.

Ele apresentou-nos os músicos, alguns dos quais já são seus companheiros há muitos anos, repetiu os nomes uma e outra vez para que os guardássemos com o carinho que ele lhes tem. Não posso deixar de ser crítica - nunca gostei dos coros que o acompanham, e continuo a não gostar, por muito que ele lhes chame sublimes. Mas é igual: there is a crack in everything, como ele próprio canta*. E isto é música pop.



(Passeio Marítimo de Algés, Julho 2008)

O som esteve impecável, o que não deve ser fácil dada a predominância dos graves. Não havia écrans gigantes. Estive 3 horas de pé. Os telemóveis, entre eles diversos i-phones, fotografavam loucamente. Comi uma fartura.

Tive pena de não conhecer a Io e a MJ, que também lá estiveram.


*Forget your perfect offering/ There is a crack in everything/ That's how the light gets in - um dos conceitos mais bonitos que já ouvi, sintetizado em três versos (Anthem).

Memorandum

Não voltar a ir a jogos de futebol no Algarve. Não há pachorra para a desorganização. Ainda se o Sporting jogasse alguma coisa >:-(

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Os sonhos de Obama

Considerando que Barack Obama pode vir a ser o próximo presidente dos Estados Unidos da América, pareceu-me interessante ler o seu primeiro livro, Dreams from my Father, uma espécie de memória da sua busca por uma identidade, publicado inicialmente em 1995, isto é, bem antes da candidatura à presidência e às mudanças que o candidato tem feito para conquistar eleitorado.

Mudança é um conceito que apareceu cedo na sua vida profissional, quando após o bacharelato em ciências políticas se dedicou a organizar grupos de direitos cívicos dentro das comunidades negras desfavorecidas.

Há quem se interrogue sobre o peso que tem a questão racial nestas eleições: tem obrigatoriamente muito, porque essa é uma questão central na auto-definição de Obama: mestiço, desenraizado, com pai ausente, sentiu-se marginal durante toda a sua juventude, e este livro é a memória da procura da sua identidade e das suas raízes negras.

É um homem de mulheres: percebe-se ao longo de todo o livro como se sente bem entre elas: a mãe, a avó, as mulheres com quem se relaciona profissionalmente, mais tarde a irmã, as tias e a avó queniana. Mas da sua vida amorosa praticamente não fala: refere uma relação amorosa com uma branca, e a sua mulher, Michelle, parece cair de pára-quedas no capítulo final.
Aliás é engraçada a saída subtil de cena da memória familiar quando entra a fase política. A família só volta a aparecer mais tarde e é a família queniana; a mãe e os avós americanos praticamente desaparecem a um terço do livro.

A sua atitude perante a religião fica clara: Obama aproxima-se das igrejas pelo trabalho social, e não pela fé. Talvez assim seja mais fácil entender a ligeireza com que se desligou do seu pastor de há 20 anos quando este lhe pareceu um obstáculo aos seus objectivos eleitorais.

Este homem tem muito mais mundo do que George W Bush e provavelmente do que a maioria dos presidentes americanos. Não nasceu com dinheiro; viveu no Hawaii, na Indonésia, nas duas costas dos EUA, visitou a Europa como turista e o Quénia como filho pródigo. Lê muito. Gosta de jazz e das suites para violoncelo de Bach. Joga basket. Tem 47 anos e experiência política e cívica. Foi advogado e professor.

Deveria ser um presidente muito interessante para a América. Infelizmente a política devora os seus filhos, e quando se começa a querer vender uma imagem e a agradar a gregos e troianos, perde-se a autenticidade.

Citações:

And it was this realization, I think, that finally allowed me to share more of myself with the people I was working with (...) [A]s people listened to my stories (...)they would nod their heads or shrug or laugh (...) Then they'd offer a story to match or confound mine, a knot to bind our experiences together (...)

Barack Obama, Dreams from my Father, NY, 2008, pg 190

Between the two of us, I was the one who knew how to live as an outsider.

id, pg 211

The pain I felt was my father's pain. My questions were my brothers' questions. Their struggle, my birthright.

ibid, pg 430

Photomísseis

Uma foto terá sido difundida no dia 9 deste mês pela Agence France-Presse com origem na agência noticiosa oficial iraniana Sepha News, mostrando quatro mísseis acabadinhos de lançar.

Só que um dos mísseis (o segundo da direita) é na realidade um clone (mal) inserido com a ajuda do Photoshop ou algum programa semelhante. O site
Militaryphotos foi o primeiro a reparar no caso, que fez as delícias de muitos bloggers e envergonhou muitos jornais e afins.


Foto daqui

Já tenho comentado, por outras razões, as aldrabices que se podem fazer com programas de manipulação de gráficos. O blog PhotoshopDisasters, onde descobri esta história, mostra uma série de manipulações mal feitas que acabam por ser muito divertidas.

Animula vagula blandula

Resposta a este post no Storyteller:

Sem corpo a alma nada é:
fantasma sem sentidos e sem jeito
indo sem ver aonde põe o pé
sem ódio nem amor dentro do peito.

Sem pé nem peito é como o vento:
nem chega a ser um pensamento.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Surpresa!



Obrigada, Apdeites!

Toyjo

Ao deixar um comentário no Eça é que é Hesse tive de passar o filtro de spam copiando as seguintes letras: toyjo.

Cheirou-me a japonês. E não é que o Google descobriu logo um tal Aku Toyjo, ou talvez Tojyo, autor de hentai, isto é, manga porno?

As coisas que se aprendem todos os dias...

Gráfico daqui

terça-feira, 15 de julho de 2008

Estado terminal

Excerto de um post de Brian Micklethwait no blog Samizdata:

Meanwhile, it says a great deal about the terminal state of this present government that they are now making such particular fools of themselves in the one solitary area that they used until a year or two ago to excel at, namely manipulating the contents of the newspapers and the television.

Refere-se ao governo trabalhista inglês, mas podia ser outro, não podia? Humm? Não podia?

He's our man

Não há muita gente na pop-music que me leve a desorganizar a minha vida para ir ao Passeio Marítimo de Algés (onde quer que isso seja) passar uma hora ou duas de sábado à noite a ouvi-lo em pé no meio duma multidão.

Vou. Comprei os bilhetes assim que foram postos à venda. Os
clips e comentários de velhos e novos no YouTube confirmam que vai valer a pena.

Mesmo que não cante isto:

Não há ecologia que aguente

O blog Amigos do Botânico traz uma reportagem da BBC sobre a política municipal da cidade de Kamikatsu no Japão, onde os habitantes são obrigados a compostar ou separar todo o lixo que produzem.
Até aqui tudo bem, mas a notícia informa que a separação dos materiais recicláveis se faz em 34 categorias, para 34 contentores diferentes.

A reportagem diz que 40% dos habitantes não estão satisfeitos.

Pudera!

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Sex and the City

Vi ontem o filme Sex and the City. No Algarve a escolha é pobre: filmes de polícias à pancada, filmes de fantasmas ou extra-terrestres à pancada, e filmes de bichos animados à pancada. Mais um filme com um dos bonitões da série Anatomia de Grey com ciúmes de um dos bonitões da série Roma. E o Sex and the City.

Não sabia bem o que esperar, mas afinal é mais um episódio da série um bocadinho mais comprido, com a Carrie a casar finalmente com o seu Mr. Big. As ruas de Nova Iorque, a cena de Nova Iorque, muitos clichés e algumas graças com graça. Diverti-me e, coração mole, até me enterneci uma ou duas vezes.


Os anos que passaram entretanto e o grande écran não foram amáveis para Sarah Jessica Parker ou Kim Cattrall, mas isso talvez as aproxime de nós, pobres mortais.

Importante, importante, é que acabei de descobrir que há
Manolos com saltos mais baixos. Assim, até posso comprar uns. Um dia destes. Talvez.

sábado, 12 de julho de 2008

Divus Iulius

Hoje celebro o divino Júlio, isto é, Júlio César divinizado por decreto do Senado Romano cerca de seis meses depois da sua morte.

César nasceu no terceiro dia antes dos idos de Quintilis* do ano 743 da fundação de Roma**, dia dedicado ao deus Apolo - ou seja, a 13 de Julho de 100 A.C. O Senado decretou que o mês do seu nascimento passasse a usar o seu nome, e, segundo Dio, como a Sibila proibia que se festejasse outro deus que não Apolo no dia 13, foi decidido celebrar César na véspera do seu aniversário.

(Roma, Julho 1999)

* Cassius Dio, Hist. Rom. 47,18.6. Agradeço esta referência ao meu amigo Antony Kamm, autor de, entre muitas outras obras, duas biografias de César, uma Introdução e um website sobre Os Romanos.

**
Plutarco, Vida de César, 69

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Castelos da Escócia (Braveheart)

Stirling está relacionada com dois heróis da história escocesa que conhecemos do filme de Mel Gibson: William Wallace e Robert the Bruce.


(Wallace Monument, Stirling, Junho 2005)


















(Stirling Castle e estátua de Robert the Bruce, Stirling, Junho 2005)



Eu ia lá perder a oportunidade de pôr uma foto do Mel Gibson?

(do filme What Women Want © Paramount Pictures)

A Escócia não é só ruínas Parte III

(Falkland, Junho 2005)

A Escócia não é só ruínas Parte II


(Fife, Junho 2005)

quinta-feira, 10 de julho de 2008

A Escócia não é só ruínas


(Falkland, Junho 2005)

Perchance to dream

Os meus sonhos têm padrões. Neles as casas representam outras casas, isto é, não são nunca as casas que eu conheço, não são abrigos mas sim lugares inquietantes, desconhecidos, muitas vezes labirínticos.
Podem até ser mais bonitos: lembro-me de ter sonhado um local de trabalho em pavilhões claros rodeados de jardins bem tratados. Outras vezes são prédios de muitos andares com elevadores e escadarias sinistras com comunicações estranhas. Ou casas antigas e escuras, cheias de móveis pesados e cortinados espessos.

O que faço nos sonhos pode ter ou não relação com a realidade. Muitas vezes é trabalho: acontece-me fazer a sonhar aquilo que está programado fazer no dia seguinte, acordada. Não necessariamente da mesma maneira.




(Catedral, St. Andrews, Escócia, Junho 2005)


E tenho sonhos circulares e repetitivos, cenas imperfeitamente representadas e repetidas, como takes em filmes, até satisfazerem o director - presumivelmente eu - o que na maioria dos casos não acontece.

Acordo em geral com uma sensação de insatisfação e cansaço, quando não de angústia. Dormir deveria descansar-me, mas não é assim.

Operar ou não operar

Nos comentários aos posts d' O Mundo Perfeito sobre cirurgia plástica foi afirmado que as pessoas são livres como indivíduos para fazerem o que quiserem das suas vidas e dos seus corpos. A frase é da Fevereiro, que fez mesmo a comparação com estrear um vestidinho novo.

Não é bem o mesmo, desde logo porque a cirurgia plástica não é isenta de riscos (como qualquer outra cirurgia!) e também porque não é um acto individual: envolve e responsabiliza não só o paciente mas igualmente o cirurgião que opera.

Por conseguinte, o cirurgião tem de poder recusar o paciente, por motivos técnicos ou éticos, incluindo por, na sua opinião, o paciente estar a pedir uma cirurgia que não vai resolver o seu verdadeiro problema.




Ou seja: se o paciente disser que não come nem bebe se não se lhe fizer o nariz igual ao do Brad Pitt, a solução não é operar e cobrar: é enviar ao psiquiatra. Não estou a brincar.

Foto de Tanaya M. Harms (domínio público)

segunda-feira, 7 de julho de 2008

O cabaz

Deixei neste post do Desmitos sobre os números do PIB e o modo como se determina a inflação um comentário que reproduzo aqui para me ser mais fácil encontrá-lo quando precisar de procurar esta informação:

Só há muito pouco tempo é que ouvi (na televisão) pela primeira vez uma explicação mais ou menos compreensível de como é determinado o famoso "cabaz".

Fiquei a saber que a cada 5 anos o INE faz um inquérito a uns milhares de famílias para apurar os seus hábitos de consumo na altura, e o "cabaz" é alterado e calibrado (palavra minha) de acordo com os resultados desse inquérito.

Parece-me que finalmente percebo, depois de ler [o post comentado], como é que essa calibragem leva à diferença entre a taxa de inflação oficial e a impressão que temos, como consumidores, de como a inflação nos toca.

A beleza globalizada

Este post d'O Mundo Perfeito ecoa muito do que eu sinto em relação à Cirurgia Estética actual: que tem vindo a perder o norte.
Não faltam indicações para se fazerem correcções estéticas, mas hoje intervem-se sobre o que não precisa de correcção a não ser na cabeça das pacientes.

Quando eu tinha dezanove anos descobri, nos balneários de uma escola de férias, a diversidade da beleza: que as raparigas, mais gordas ou mais magras, de mama redonda ou ponteaguda, nariz comprido ou arrebitado, loiras ou morenas, eram todas bonitas - ou, mais que bonitas, eram normais sem obedecerem a uma norma.

A globalização e o marketing transformaram esse conceito: hoje todas as mulheres sentem que têm que conformar-se a um mesmo padrão de beleza (americano) desde as proporções faciais ao tom de pele, à cor dos olhos, ao comprimento das madeixas, à mama 36B, ao rabo pequeno, à anca estreita. E à idade: na casa dos vinte, seja de que maneira for.

Por isso acorrem aos consultórios, a querer diminuir mamas e barrigas, alterar nádegas e a forma das pernas, apagar rugas, aumentar lábios, e vêem-se ao espelho de aumentar, comparam-se com as fotos alteradas pelo Photoshop da Julia Roberts ou da Cinha Jardim, e dizem que não se despem à frente do marido, que não vão à praia, que não estudam ou não trabalham, porque aquilo que julgam ver é diferente daquilo que julgam que deviam ver.

sábado, 5 de julho de 2008

Comer como os Romanos


Este post d'A Senhora Sócrates fez-me lembrar do restaurante Mica Aurea, que tenho muita vontade de conhecer na próxima visita a Roma.

Fundado por "um grupo de arqueólogos, animado pela paixão pela vida na antiga Roma", apresenta diversas
ementas baseadas, segundo os próprios, nas receitas de Apício.

A propósito, em tempos concebi um teste de conhecimentos sobre a alimentação dos antigos Romanos; para quem quiser experimentar está
aqui.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Lição de canto

No canal Mezzo passa um master class com Teresa Berganza diante de um grupo de jovens cantores que trabalham várias partes da Carmen. Adoro ver estas lições - há, ou havia, uma série delas no YouTube, com Placido Domingo e vi outro dia, também no Mezzo, uma com Barbara Bonney. Os alunos tentam controlar o nervoso e brilhar diante dos seus ídolos, e estes explicam, corrigem, pedem mais e melhor, encorajam, aplaudem

Não tenho dúvidas de que é assim que se ensina. Eu, que desafino, que no máximo soletro uma partitura, que nem sequer gosto muito da Carmen, aprendo imenso sobre colocação de voz, sobre o uso do legato, sobre expressão dramática, e gosto ainda mais de canto.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Flamejantes

Este post do Valkirio fez-me lembrar estas árvores lindíssimas, que descobri há dois anos nas Caraíbas francesas, onde são conhecidas como flamejantes (flame-trees, flamboyants).




(Delonix Regia, Guadeloupe, Julho 2006)

terça-feira, 1 de julho de 2008

NYC Fashion

Modelos em sessão fotográfica à porta da Versace não são mais do que já tenho encontrado por exemplo em Milão.
O que achei extraordinário foi o número de mulheres que palmilha aquelas avenidas sobre saltos agulha de dez centímetros.
Calculo que tenham visto todas as temporadas de Sex and the City.



(5th Ave, New York City, Junho 2008)

Férias e Animais

O Expresso divulga um Guia de Férias eleborado pela Câmara Municipal de Odivelas para quem quer ir de férias e não quer abandonar os seus animais.

Bem hajam! E quem dera que outras Câmaras e outros meios de comunicação lhes seguissem o exemplo.