segunda-feira, 8 de março de 2010

Maomé e a montanha

Afinal qual é a frase correcta: Se Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé ou Se a montanha não vai a Maomé, vai Maomé à montanha?

Obviamente não é igual: a primeira opção é uma fábula na qual a montanha tem consciência do primado da espiritualidade e se lhe submete; a segunda pode ser uma história real em que Maomé apenas demonstra bom-senso.

Ando há anos com esta dúvida, mas hoje, graças a S. Google, já tenho a resposta. Parece que a primeira referência escrita no Ocidente estará nos Ensaios do filósofo inglês Francis Bacon (1561-1626) que aponta o milagre de Maomé como um exemplo de descaramento: é que tendo Maomé prometido o milagre de fazer vir a si a montanha, e não se tendo esta mexido, o profeta terá encolhido os ombros e dito que então iria ele à montanha. Noutras versões terá acrescentado que maior milagre era ela não se ter mexido, ou teria todo o povo ali presente morrido esmagado: graças eram pois devidas a Deus.

Vem isto a propósito desta tira do Van Dog, com a qual qualquer dono de cão se identifica.

2 comentários:

Paulo disse...

Boa tirada do Van Dog.

Van Dog disse...

Boa reflexão. Fiquei esclarecido!