Nunca li nenhum romance da escritora francesa Françoise Sagan, embora houvesse pelo menos um ou dois nas estantes da minha mãe, mas este título ficou-me na memória.
Na verdade não gosto particularmente de Brahms, mas gosto de Artur Pizarro, a Orquestra do Algarve é-me simpática, e a segunda parte do programa consistia na 7ª Sinfonia de Beethoven, pelo que apesar da lombalgia que anda a dar cabo de mim lá fui ontem ao Teatro das Figuras.
O que me aborrece em Brahms, incluindo este Concerto para Piano nº1 em Ré Menor Op.15, é com certeza defeito meu: não lhe encontro uma estrutura, mas apenas uma sequência aleatória de temas, muitos dos quais até francamente bonitos.
Em Beethoven, pelo contrário, sinto que o desenvolvimento dos temas melódicos tem lógica, e que todas as surpresas fazem sentido, como uma espécie de romance policial muito bem escrito, no qual perante a revelação no último capítulo de quem é o criminoso nos apercebemos que não podia ser outro.
E quanto ao concerto: fiquei contente por ter ido. Artur Pizarro, que tem uma relação especial com este piano, tocou com delicadeza e sobriedade, e a Orquestra, conduzida por um Osvaldo Ferreira cujo entusiasmo me pareceu mais apropriado à segunda que à primeira peça, serviu com honestidade a magnífica sétima, na qual estou sempre a descobrir qualidades - que provavelmente já toda a gente terá descoberto - como o carácter rossiniano do tema principal do terceiro andamento, desenvolvido de modo totalmente diferente do que Rossini teria feito, ou as pausas do primeiro andamento que prefiguram o genial segundo da nona, ou quanto o segundo andamento vive das extraordinárias fugas.
(Breve nota negativa: achei os trompetes demasiado estridentes)
Se cá estiver no dia 13, espero voltar ao teatro, desta vez para ouvir Schumann, que nem só de Beethoven vive o homem.
Na verdade não gosto particularmente de Brahms, mas gosto de Artur Pizarro, a Orquestra do Algarve é-me simpática, e a segunda parte do programa consistia na 7ª Sinfonia de Beethoven, pelo que apesar da lombalgia que anda a dar cabo de mim lá fui ontem ao Teatro das Figuras.
O que me aborrece em Brahms, incluindo este Concerto para Piano nº1 em Ré Menor Op.15, é com certeza defeito meu: não lhe encontro uma estrutura, mas apenas uma sequência aleatória de temas, muitos dos quais até francamente bonitos.
Em Beethoven, pelo contrário, sinto que o desenvolvimento dos temas melódicos tem lógica, e que todas as surpresas fazem sentido, como uma espécie de romance policial muito bem escrito, no qual perante a revelação no último capítulo de quem é o criminoso nos apercebemos que não podia ser outro.
E quanto ao concerto: fiquei contente por ter ido. Artur Pizarro, que tem uma relação especial com este piano, tocou com delicadeza e sobriedade, e a Orquestra, conduzida por um Osvaldo Ferreira cujo entusiasmo me pareceu mais apropriado à segunda que à primeira peça, serviu com honestidade a magnífica sétima, na qual estou sempre a descobrir qualidades - que provavelmente já toda a gente terá descoberto - como o carácter rossiniano do tema principal do terceiro andamento, desenvolvido de modo totalmente diferente do que Rossini teria feito, ou as pausas do primeiro andamento que prefiguram o genial segundo da nona, ou quanto o segundo andamento vive das extraordinárias fugas.
(Breve nota negativa: achei os trompetes demasiado estridentes)
Se cá estiver no dia 13, espero voltar ao teatro, desta vez para ouvir Schumann, que nem só de Beethoven vive o homem.
4 comentários:
A escritora francesa Françoise Sagan não é a minha escritora de eleição, como são a Simone de Beauvoir e a Virginia Woolf — todavia o "Bonjour Tristesse" fez parte dos livros da minha adolescência.
Até o meu tio Chico, que tinha a mania das intelectualidades, além de ser médico, também o leu e gostou.
"Aimez-vous Brahms" também o li, assim como vi o filme com a incomparável Ingrid Bergman — mas já gostei menos.
Ludwig van Bethoven é o imperador dos compositores, enquanto que o Johannes Brahms e o Robert Schumann são apenas príncepes. Eu prefiro a música de Brahms à de Schumann.
Gi, desejo-lhe um bom-fim-de-semana com ou sem música de Schumann, Brahms ou Chopin!!!
Folgo em saber que a programação musical em Faro está animada. Não conheço a pianista do dia 13 (nunca ouvi falar), mas o concerto de Schumann é fascinante. Mais que os de Brahms, acho eu. Mas gosto muito de algumas outras obras de Brahms: o Requiem Alemão, as sinfonias nº 3 e 4, alguma música de câmara.
De Artur Pizarro só tenho a dizer bem.
PS. É curiosa essa ligação entre Beethoven e Rossini.
E essa lombalgia que não passa, pobre Meez.
Rápidas melhoras.
Teresa, um dia destes peço o Bonjour Tristesse à minha mãe, julgo que também o tem.
Bom fim de semana para si também.
Paulo, eu gosto bastante de Schumann, espero que o concerto de dia 13 seja bom (só não tenho a certeza de cá estar).
Sobre o tema rossiniano, achas que tenho alguma razão?
Obrigada pelos votos de melhoras, isto está complicado.
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