quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Um homem doutro tempo

Conheci o Professor Celestino da Costa nos últimos anos antes do seu jubileu (o conceito académico de reforma), quando, nas suas palavras, ele já não era mau*.
Fora daqueles cirurgiões que já praticamente não há, cheio de força e mau-feitio, inovador porquanto naquela época a medicina não era defensiva e os maus resultados eram aceites no caminho para os grandes sucessos. Era senhor absoluto na sala de operações, numa era em que respeito e temor andavam interligados.

Era também um homem interessado no mundo, e numa altura em que havia tempo e disponibilidade para algo mais do que o trabalho, um amador empenhado e julgo que com algum talento em música e equitação.

Morreu ontem, conforme soube por acaso nas notícias da Antena 2.



*mau de mau-feitio; de facto comigo foi sempre de absoluta delicadeza.

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