Chuvas torrenciais, prováveis erros urbanísticos e a falta de aviso em tempo útil fizeram as ribeiras galgar as margens, inundar a baixa da cidade, arrastar carros e pessoas. Houve pontes e estradas destruídas, falharam a electricidade, os telefones, em algumas zonas a água canalizada. Havia ainda esta manhã comunidades isoladas.
Os meus estão bem, mas há trinta e oito mortos confirmados, cerca de setenta feridos, duas centenas de desaparecidos.
É já aqui ao pé.
Os meus estão bem, mas há trinta e oito mortos confirmados, cerca de setenta feridos, duas centenas de desaparecidos.
É já aqui ao pé.
(Funchal, Setembro 2006)
9 comentários:
Gi,
a dimensão das enxurradas foi tal que não vejo como melhor planeamento urbanístico ou pré-aviso teriam minorado significativamente os danos. Com as condições naturais do terreno, o impacto do volume de água encosta abaixo seria sempre trágico, e não havia muito por onde fugir.
Nada a ver com o que se passa no Haiti, por exemplo, onde os erros humanos (de séculos) foram determinantes.
Terrível, mesmo... e Mário, parece-me óbvio que o excesso de construção na Madeira, impermeabilização dos solos e estreitamento dos canais das ribeiras contribuíram - e muito - para a tragédia.
Não resisto a referir (e reforçar) que teremos, infelizmente, mais eventos extremos desta natureza devido às alterações climáticas.
P.S. Não utilizo o termo "aquecimento global", considero "alterações climáticas" o termo correcto.
Uma boa noite, Moura Aveirense
Mário, o que eu ia dizer, mais coisa menos coisa, é o que foi dito pela Moura.
Em acrescento ao que referi, ler esta notícia .
Vivam todos, Paulo há que tempos!,
Com todo o respeito pelos ilustres contendores, há muito me habituei a dar mais crédito ao bom senso e à razão do que às opiniões publicadas, sobretudo quando oportunisticamente empoladas.
É evidente que em Lisboa todas as medidas de prevenção e anti-sísmicas são de exigir em absoluto: já houve um, e o conhecimento que existe prevê que venha a haver mais grandes sismos.
Na Madeira nunca tinha havido nada que se pareça. Enxurradas
sempre houve, mas sem esta dimensão. Concordo , evidentemente, que muitos erros graves de planeamento urbano haverá, como sempre; o que eu digo é que neste caso esses erros só marginalmente poderão ter contribuído. Não havia maneira de conter ou controlar aquele volume imprevisível de água e lama. Muros, paredes, impermeabilização ? deixem-me rir.
Outra questão é a dos serviços de emergência: estavam inoperacionais, foram nitidamente ultrapassados e há aí responsabilidades a assumir e muita coisa a corrigir. Invistam, sim, num serviço rápido e bem equipado (helicópteros: onde estavam?)
Basta ver os comentários políticos à questão para se perceber quanto das notícias e opiniões é enviesado pelas simpatias e antipatias ao Alberto João. O país habitual.
É verdade, Mário. Não nos temos encontrado nas caixas de comentários da Gi. Viva!
Perante a dimensão da catástrofe, pode até parecer desapropriado falar de desordenamento territorial, construção desenfreada, impermeabilização dos solos, etc. Mas eu continuo a acreditar que certas tragédias poderiam ser menores se não se construísse como se constrói.
Veja-se também o caso da ilha da Fuseta. As casas foram construídas numa zona onde nunca nada devia ser construído. Agora vem o mar e leva-as.
Estive a falar com uma amiga madeirense que me referiu o modo como as cerca de cinco ribeiras que descem para o Funchal foram enfiadas num colete de forças.
O centro comercial Dolce Vita, cuja construção foi muito contestada, tem sido mencionado como edifício em risco de ruir. À sua volta existem vários edifícios antigos que aparentemente não sofreram muito.
Enfim, o rol de queixas dela é demasiado extenso para enunciar aqui.
Um post interessante com um vídeo, em que já há 2 anos se alertava para o problema... Mário, veja e, com o devido respeito, deixe de rir.
Saudações, Moura Aveirense
Por qualquer razão o link não ficou a funcionar:
http://dererummundi.blogspot.com/2010/02/deus-nao-se-queixa.html
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