Nota: texto concebido e escrito em colaboração valkirio/Garden of Philodemus e publicado em estereo.
Ontem de manhã na Antena2 o contra-tenor Manuel Brás da Costa dizia que o maestro Nicholas Kok, que iria dirigir a Agrippina no Teatro de S. Carlos, é um maestro habituado a música contemporânea que teve de se adaptar a uma ópera barroca.
Eu não entendo esta displicência com que nos tratam, permitindo-se andar a fazer experiências parvas deste jaez: já basta o seleccionador nacional de futebol não saber onde põe os jogadores no campo, mas a direcção do S. Carlos não tem ideia de quem vai buscar para tocar/cantar as obras com que nos brinda.
Christoph Dammann pediu a Elizabete Matos que fizesse uma audição* para a maestrina Julia Jones da qual dependeria a confirmação do convite feito por ele próprio à cantora para fazer a Salomé. Pelos vistos, não deve ter pedido audições nem a Kok nem aos cantores** que transformaram ontem a Agrippina num Haendel esquartejado, numA catástrofe, numa coisa que estou com medo de ouvir.
Não será tempo de alguém audicionar o senhor Dammann e subtraí-lo ao teatro?
*Uma Arbeitsprobe, contesta Dammann. A rose by any other name would smell as sweet, disse Shakespeare.
** Mais uma vez o Teatro substituiu a protagonista sem dar cavaco ao público: quem estava prevista era Kristina Wahlin. Não faço ideia se ganhámos se perdemos com a troca.
Ontem de manhã na Antena2 o contra-tenor Manuel Brás da Costa dizia que o maestro Nicholas Kok, que iria dirigir a Agrippina no Teatro de S. Carlos, é um maestro habituado a música contemporânea que teve de se adaptar a uma ópera barroca.
Eu não entendo esta displicência com que nos tratam, permitindo-se andar a fazer experiências parvas deste jaez: já basta o seleccionador nacional de futebol não saber onde põe os jogadores no campo, mas a direcção do S. Carlos não tem ideia de quem vai buscar para tocar/cantar as obras com que nos brinda.
Christoph Dammann pediu a Elizabete Matos que fizesse uma audição* para a maestrina Julia Jones da qual dependeria a confirmação do convite feito por ele próprio à cantora para fazer a Salomé. Pelos vistos, não deve ter pedido audições nem a Kok nem aos cantores** que transformaram ontem a Agrippina num Haendel esquartejado, numA catástrofe, numa coisa que estou com medo de ouvir.
Não será tempo de alguém audicionar o senhor Dammann e subtraí-lo ao teatro?
*Uma Arbeitsprobe, contesta Dammann. A rose by any other name would smell as sweet, disse Shakespeare.
** Mais uma vez o Teatro substituiu a protagonista sem dar cavaco ao público: quem estava prevista era Kristina Wahlin. Não faço ideia se ganhámos se perdemos com a troca.
2 comentários:
Bom texto.
Eu nem penso em gastar dinheiro no S. Carlos!! Quando li a Crítica do Calado no Expresso da semana passada ri-me às gargalhadas. Hoje, com o Crítico igualmente... o que o S. Carlos merece é que ninguém ponha lá os pés. É que eu realmente não percebo porque é as pessoas continuam a lá ir. A esperança (de que o próximo espectáculo será bom) é a última a morrer, é isso?!? É como os restaurantes que têm mau serviço, mas que continuam cheios pela sua "fama" ou pelo local agradável em que se encontram: enquanto eles não deixarem de ter clientes, não irão mudar.
A mim é que não me apanham. Ir ao S. Carlos para ouvir barbaridades, não... eu que adoro Handel, nem pensei em comprar bilhetes. Prefiro ouvir em casa.
Bom fim de semana, Moura Aveirense
Tem toda a razão, Moura. Se calhar, tenho tido mais paciência para este restaurante do que devia, mas está a esgotar-se.
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